segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Rolê Pioneiro II em Sampa


17h30 na catraca do Tietê, mas como em todos os demais posts deste blog, é impossível todo mundo ser pontual. Desta vez fui eu, por causa do ônibus. A May e o Rê estavam tendo um filho de tanto me esperar e a Marlene e a Day, futuras escoteiras, também. Rumo a Sé, com um Renan me dando nos nervos...
- Calma, ainda faltam 4 estações!
Pegamos a baldiação em direção ao Tatuapé, onde teoricamente o Blessa ia nos esperar para irmos à sede do Mopyatã. Certo... cadê o Blessa? Ele não chegava nunca. Até encontramos o pessoal do G.E. Águia Dourada que também estava indo pro Mopy, então resolvemos pegar carona com eles, já que o nosso acompanhante tinha esquecido da gente e não atendia o celular ainda por cima. Destaque para o grito micástico do Renan chamando "Mayaaaaaaaaaara" no meio da estação do Tatuapé, juro que não conheço! Quando estávamos na metade do caminho o Blessa ligou perguntando onde estávamos. Aí falamos o nome da rua e ele disse pra esperarmos, pois estava de moto. Então a Marlene perguntou:
- Mas se ele está de moto como ia acompanhar a gente até o lugar?
De fato, não fazia sentido, até porque o caminho seria na contramão. Quando ele chegou, entendemos, ele veio na garupa do Gregório. Passamos em frente a uma igreja no caminho e a noiva estava prestes a entrar. Bem que o Renan quis ficar lá vendo a entrada da noiva e etc, mas tinha um Fogo de Conselho a nos esperar. Finalmente conhecemos a sede o G.E. Mopyatã (embora não tenhamos conhecido a caverna do Excalibur) e, nossa, como eu estava com saudade desse clima típico de pioneiro. A galera foi chegando... Parecis, Ventos do Sul, Irapuã, Maxakali... A chefe Sônia já veio procurar gente pra puxar música no Fogo, que começou atrasado por causa do horário de verão, afinal não tem graça fazer a abertura ainda de dia. Falando em abertura, diga-se de passagem que o Clã Excalibur botou pra quebrar no figurino e o Merlin mandou bem na magia... Foi lindo! As esquetes começaram e foi difícil ouvir todos os diálogos, porque a todo momento chegava algum carro atulhado de gente, pessoas vinham nos cumprimentar (e quebrar costelas, né Cardellos, também conhecido como Jesus do Irapuã). Só sei que tinha uma escoteira que só apanhava, na esquete, no bravo, no grato, coitada da menina. E a Karol foi de camponesa pura (ha, piada...) a Lady Paxão, demonstrando que perder fins de semana e mais horas durante semana fazendo reuniões e ainda pagar por isso tem o seu valor. Não deixaram cantar a música do Canibal (censurada), mas no entanto tiveram que aguentar a versão interminável no Canguru, não contavam com minha astúcia. Depois de mais algumas e algumas canções, encerramos com a Canção da Despedida e, por último, o grito do Clãs da União. Este é o clã que a União formou...
Em seguida, todo mundo pro salão cantar parabéns pro Mopy (e com quem será) e muita comida. Comemos, conversamos, rodamos, comemos de novo até não caber mais. Quando já estávamos juntando a galera pra ir embora, à casa do Blessa, apareceram a Chuchu e o Caio, pra variar nos últimos minutos. Enrolação total pra todo mundo se despedir e também pegar o orkut do chefe do Ubirajara que tirou muitas fotos (Blessa, depois me passa o orkut dele). E fomos, em torno de dez pessoas pegar o ônibus. Desta vez não teve ninguém cantando Velhas Virgens no fundão, mas o Cardellos ficou lendo algum livro, então tá explicado. Chegamos à Mui Nobre Casa dos Blessa, para descarregar a bagagem e esperar a Paxão chegar. Demorou. Deu tempo de falar da vida, os meninos tomarem cerveja, sentarmos no chão da cozinha e quase jogar Verdade ou Desafio. De repente:
- Blessa, to com vontade de comer aqueles amendoins ali, pode?
- Pode, qual dos dois você quer?
- Qual a diferença dos dois?
- Tem o normal e o japonês.
- Ah, japonês não quero não.
Posso só pensar? As dez pessoas começaram a falar alto e achamos melhor ir pra lavanderia fazer a rodinha, afinal o Blessa Pai estava dormindo. E nada da Karol. Era quase meia noite quando ela e a patota chegaram lá. O Blessa filho assustado disse:
- Gente... é... chegou mais onze pessoas ai?
- Quê? onze?
- E todo mundo vai dormir aqui?
- É... acho que sim.
Tensão. Achamos melhor ir pra sinuca até pensar numa solução pra isso. Onde ia enfiar 21 pessoas na casa do Blessa? Na despensa? Chegamos finalmente no tal do bilhar, onde o resto do povo do Ventos nos esperava (sem falar que passamos o caminho ouvindo a discusão poe telefone de uma guia que estava junto, pelo jeito a mãe dela nem sabia que ela ia sair). Só tinha um problema: a mesa de bilhar era por hora, chegamos meia noite e vinte quase e o bar fechava uma hora. Nice! Ficamos vendo os meninos do Ventos jogarem, compramos uma coca e voltamos para a porta do bar, pensando numa solução para hospedar as quase 25 pessoas que ali estavam. A Paxão queria muito ir pro Tatuapé e uma parte queria sair pra beber. Paramos numa esquina em frente a um posto de gasolina pra resolver, com o Iore atravessando a rua a cada dois minutos feito uma gazela, gente sem noção jogando lata na parede, Paxão matando barata com a sandália.
Resolvemos voltar para a casa do Blessa, mas no caminho pararam de novo, sentamos na guia e quase rolou uma reunião acerca do Pioférias 2010. A Paxão no maior estresse, porque era muito cedo pra ir dormir. Eis então que ela numa crise de estresse colocou a sola da sandália do lado do rosto. A mesma sola de sandália que tinha esmagado a barata! Eca!
Continuamos o caminho e chegamos na Mui Nobre Casa dos Blessa, onde parte da comitiva dormiu na garagem, parte na lavanderia e parte no quarto de hóspedes. Tudo bem que eu, a Day e a Marlene quase desmontamos a cortina do quarto de hóspedes e não tivemos capacidade para a abri a janela (tava um calor desgraçado). Apaguei... (e não vou cometar sobre o que aconteceu nos outros lugares, pois não sou onisciente, mas... é, melhor não comentar mesmo...)
Fui acordada lá pra 6 da manhã, com as pessoas da garagem conversando, acho que eles estavam indo embora. Foi mais ou menos nesse horário também que o Blessa praticamente obrigou a May a mudar para o outro quarto. E depois voltava a cada 10 minutos pra falar pra gente tomar café. A toalha da mesa era tão branca que dava dó de usar, como bem observou o Caio, antes de derrubar suco de uva em cima dela. Pelo visto ninguém conseguia servir o suco de uva sem derrubar, nem o Blessa filho escapou. Passamos o café da manhã ouvindo o Denão contar as aventuras que eles passaram na viagem até o Pioférias passado, em Nazaré Paulista. Daria um bom post, mas qualquer um teria histórias absurdas pra contar sobre as viagens do Pioférias. Se o próximo tiver metade das coisas inusitadas do último, já vai ser um prato cheio.
Eram umas 9h, quando decidimos ir embora. Pegamos um busão pro terminal Vila Matilde, com o Cardellos junto, só pelo passeio na nossa companhia. A Marlene ficou no Tatuapé e a gente desceu na Sé. E como em todas as saídas do clã, a gente se perdeu, não podia deixar de ser. Só porque subimos um andar, em vez de descer. Mas se não tivéssemos feito isso, não teríamos encontrado o pessoal do Grupo Escoteiro São Francisco de Assis ali, tirando foto com um hambúrguer gigante. Depois de certo tempo, parei porque eles tinham falado que eram de são Caetano, aí me deu um clique.
- Vocês são do São Francisco, né?
- Sim.
- Tem algum pioneiro aqui?
- Ahn.. não.
- Claro que tem, ali ó.
Aí veio uma moça falar com a gente e pra variar não lembro o nome.
- Oi.
- O antigo clã do seu grupo não é o Pato Manco?
- Era...
- Então! É o padrinho do nosso clã!
- Vocês são de onde?
- Do Pedra Grande.
- Ah, você que mandou o e-mail pra mim?
- Foi!
O que são coincidências no movimento escoteiro, né? Quase nunca acontecem... Enfim, descemos tudo de novo e pegamos o metro certo. Já na rodoviária do Tietê, a May resolveu que estava com vontade de tomar sorvete, então pegamos fila no Bobs e depois fomos embora, quase atrasados. Já estava na parte Assuntos Gerais na pauta.
Até mais ver...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Rally de Lobos 2009 uma aventura no espaço

(04 de outubro)

A chefe Tati estava pirando pra organizar esse Rally, então nada como pioneiros ou ex-pioneiros pra dar um help na hora do desespero. Chegamos na sede antes da sete da manhã, o que significa que tudo estava trancado. Legal, como faz pra entrar no parque agora?
Pulando o muro, claro. Lá fui eu fazer escalada no muro do parque e depois a Tati. Sorte que não passam muitas almas vivas na rua a essa hora da manhã e mais sorte ainda que o pessoal da padaria em frente já nos conhece. Aquele bando de louco do escoteiro.
A Tati ficou montando os kits e eu enchendo bexigas, haja pulmão. O primeiro grupo que chegou foi o Serra do Japi. Todo mundo sabe que chefe das antigas sempre gosta de falar e pra piorar a situação esse chefe conheceu todos os meus antigos chefes. Mas eu tinha muita bexiga pra encher ainda, então deixei ele falar e respondia com hum's e uhum's. Até que finalmente o Renan chegou - obviamente só depois de eu ter que ajudar o Gehre a carregar a aparelhagem de som até o mastro. Cadê os homens pra fazer o trabalho pesado nessas horas? Voltamos a encher bexigas e eu fiquei craque no nó de correr pra amarrar todas.
Mas o papel principal do dia era a fantasia. Ou seja, extraterrestres. Oito horas da manhã e a gente se produzindo... perucas, roupas excêntricas, guache, óculos, antenas, brilho e pantufa de pantera-cor-de-rosa (que o Gehre sempre esquece na sede). Eis que surge a dupla Zizi e Ródi Picous (não me perguntem de onde vieram os nomes).
Nos escondemos atrás do bambuzal esperando o sinal pra entrar em cena. E o sinal era a voz do Darth Vader falando "Bem vindos, lobinhos, ao Rally 2009". Foi bem sinistro e depois ainda reclamaram que o Darth Vader só mandou a voz dele e não pareceu lá. Entramos cantando Een Gonyama (tinha que ser algo que não parecesse humano). Daí apitei, pra codificar minha língua pros lobinhos, senão eles não iam entender. E o Zizi, pra variar, tinha conseguido quebrar o codificador de linguagem dele, quando aterrissamos na Terra. Portanto ele balbuciava no microfone (que aliás to vendendo, modelo SM58, só entrar em contato) algum som sem nexo e eu ficava traduzindo.
- Ahatizbatsluminumprecofitzlaimecondunclordicautz.
- Ele disse "bom dia".
- Drulgordw.
- Ele disse: "Estou muito feliz de estar visitando a Terra e espero que vocês gostem da nossa companhia hoje, pois foi uma longa viagem".
E dá-lhe tradução simultânea de língua extraterrestre, enquanto eu explicava sobre as toalhas de sobrevivência e o codificador de línguas. Depois saímos cantando Een Gonyama e começou a sessão de fotos. Acreditem, até os chefes não nos pouparam. Terminada a sessão de fotos, começou a sessão entrevista com os et's. Os lobinhos:
- E.T. qual é seu nome?
- Ródi Picous.
- Tá. Mas agora me fala qual o seu nome verdadeiro.
- Ahn... Ródi Picous.
Silêncio. Lobinho vira para Renan.
- E.T. qual é seu nome?
- Ahn...?
- Whorghlusngt gdijiiilwurf? - traduzi.
- Zizicrwisfidtlumextrauszit.
- Não tem um mais fácil?
- Zizi.
Depois eles queriam saber como tínhamos chegado.
-Viemos na nossa nave.
- Que nave?
- A nossa nave.
- E cadê ela?
- Ta ali em cima do telhado.
- Mentirosa!
- É sim! Mas é que ela é invisível, pra não ser roubada. Só dá pra ver com esses óculos especiais amarelos.
Péssima idéia. Quando fomos subir para a caverna do clã, os lobinhos queriam invadir, tivemos até que trancar a porta. E logo em seguida, fui dar tchauzinho pela janela, eles começaram a gritar "Caai! Caai! Caai!". Nossa, quanta ódio no coração!
Depois disso, nem podíamos ficar em nenhuma base pra assistir, porque era só chegar perto que os lobinhos paravam de prestar atenção nas outras coisas pra vir falar com a gente. Os chefes começaram a nos expulsar, fala sério! E na troca de bases, as praguinhas azuis avançavam de novo e o mais novo esporte era pisar na pantufa rosa do Renan, coitado, no fim do dia ele já estava mancando.
O pior ainda estava por vir: hora do almoço. Tensão! A Tati só pediu para distrairmos eles durante a refeição. Achamos que era melhor deixar todos os lobinhos pegarem a comida e depois entrarmos na fila, afinal, são lobinhos! A idéia de girico foi sentar perto da fila, porque todos que passavam queriam entrevista exclusiva com os extraterrestres.
- Você não vai comer?
- Mas eu to comendo, olha. É comida do meu planeta.
- Mas não tem nada aí no prato.
- Claro que tem. É que a comida da minha mãe é invisível, quer experimentar?
- Não, essa daí não vai encher meu estômago. Prefiro aquela ali.
- A minha é melhor, viu.
E ficamos fingindo que comíamos aluma coisa. Detalhe que até no meu garfo tinha tinta. Ficamos lá, sendo infernizados por lobinhos, uns em especial que não davam sossego. Quando vimos, os chefes já estavam na fila, daí entramos também, finalmente. Só que bem na vez do Renan, acabou a comida. Sorte que fui a última a montar o prato, porque o resto da fila teve que esperar a nova remessa de macarrão ao molho rosé de frango.
- E.T. gostou da comida?
- Ah, gostei. Mas a do meu planeta é melhor, ainda mais quando a minha mãe prepara.
O engraçado é que todo mundo lembrava que o nome do Renan era Zizi, mas quando vinham me chamar eu sempre era o E.T., será que é tão difícil pronunciar Ródi Picous?
O pós almoço foi descanso no sofá do clã, uma sessão de terapia intensiva. Posso só pensar? Até que deu umas quatro horas e eu fui tirar a tinta do rosto, porque eu ia embora mais cedo. Cara, aquele troço não desgrudava da pele! Então saímos pelo parque, só o Renan ainda vestido de E.T., causando crises de choro em crianças menores. Acho que traumatizamos pelo menos umas cinco durante o dia, com aquela roupa. E algumas pessoas acharam que a gente era palhaço. Não é palhaço, poxa, é E.T. Até me falaram assim: o que tem em comum entre um E.T. e um Picles? Ambos são verdes e pequenos. ¬¬
Tive que ir embora bem na hora do lanche e quando passei pelos lobinhos, eles nem me reconheceram. Ufa, imaginem se eu tivesse sido parada por cada equipe no caminho da saída?

(o resto da história, fica por conta do Renan, ou melhor, Zizi)