terça-feira, 21 de abril de 2009

Pré-Vigília do clã

(18 e 19 de abril)


Horário previsto para abertura da pré-vigília: 21h. Ou seja, considerem o atraso dos meios de transportes Guarulhos-Atibaia para trazer a May e iniciaremos às 23h. Ou seja, considerem o tempo de cozimento de 15 salsichas de mais de 20 centímetros e iniciaremos às 23h50. Eu, a May e o Hick nos encontramos na rodoviária às 21h (com 25 minutos de atraso do Hick) e embarcamos pra Piracaia, discutindo problemas psicológicos típicos da nossa faixa etária e a May tentando ler o "Lua Nova", sempre interrompida por mim ou por alguém ligando. Eu não lembro exatamente quem ela disse que era seu prato preferido.
Chegando lá, esperamos o Re nos buscar... afinal agora chegou a carta dele e já temos o nosso choffer. Embora ele e o Hick ficassem discutindo a maneira de dirigir durante todo o caminho e a May ficasse dizendo "to começando a ficar com medo", chegamos sãos e salvos na casa do Rê. Fomos direto pra cozinha, pôr a água pra ferver (detalhe que tudo era verde, até as panelas). Os escudeiros ficaram cuidando de arrumar a mesa enquanto as investidas foram arrumar o local da pré-vigília, que foi no estúdio da hermana do Renan. Por que será que sempre lembramos da Yas quando tem um microfone por perto? Embora, o estúdio não fosse feito sob medida para as atividades do clã (como a sala que usamos no pioférias), conseguimos pendurar a bandeira e os estandartes apropriadamente.
Nosso estômago começou a reclamar e subimos pra bagunçar o quarto do Rê, cuja decoração era bastante potteriana (vide fotos). Só então fomos jantar hot dog, com super ultra mega salsicha saindo pra fora do pão. Foi quase uma briga pra usar as coisas, isso que tinha dois tubos de ketchup e a May estava tentando espetar as coisas com uma faca:
- Deixa eu pescar minha salsicha!
- Vou pescar a Mayara!
Olhei abismada para o Hick:
- A Mayara é uma salsicha? Oo
E tinha também um molho especial que era feito de picles. Neste momento, até eu me senti especial. Depois de dois lanches, ainda tinha mousse de pêssego e bolo. Depois ninguém sabe explicar porque os pioneiros ficam fora de forma. Como se não bastasse, o Re diz que logo mais ia chegar uma surpresa...
- O que será que é?... Quer apostar que vai ser uma caixa embrulhada e quando abrirmos vai ter uma stripper dentro?
O que o sono não faz com a mente das pessoas. Enfim, era quase meia noite quando fizemos a abertura da pré-vigília. E até este momento não conseguimos descobrir como fazer a cafeteira funcionar, bendita tecnologia estrambólica. Falando em café, isso me lembra o tema que escolhemos: é uma questão de sobrevivência. Bastante apropriado.
Enquanto os dois ficavam preparando a esquete temática, subimos pra tentar descobrir um jeito de fazer a cafeteira funcionar. Afinal, pré-vigília sem cafeína não vira. Depois de se apertar milhares de botões, ela funcionou, ufa. O legal é que esquecemos de pôr açúcar no café... e que eu consegui involuntariamente derrubar café nas folhas do Hick, artimanhas para deixar papel com cara de antigo. Depois de lermos a História do Ramo Pioneiro (para o caso de eles resolverem partir em busca do Santo Graal), começaram a esquete da sobrevivência.
-O que faremos agora que estamos naufragados?
-Podíamos tentar encontrar comida nos destroços do nosso avião...
Depois voltaram com espetinhos de carne humana e lenha para a fogueira (detalhe que a fogueira era um bando de caixa empilhada que o Renan "acendeu" com uma garrafa de refrigerante Piracaia). Os espetinhos canibalescos eram bastante anatômicos, podemos dizer. Posso só pensar??? Ficaram ali ao redor do fogo, contando histórias de como se sobreviver em sociedade. Então descobrimos a história da bomba que o Renan se recusava em nos contar, mas, relaxa, não vou divulgar.
Quando de fato começamos as leituras dos textos e as reflexões, é bem provável que algum gato tenha engolido a língua da May. O máximo que conseguimos arrancar dela a noite toda foram algumas gargalhadas. Isso me soava estranho, mas de qualquer forma todo mundo tem seu dia de lua nova (não era pra ter sido ambíguo, mas foi). Apesar de que foi bem difícil lutar contra o sono nas buscas individuais, eu sobrevivi.
Quanto a relacionar as coisas a uma agulha e uma linha, a mente pioneira consegue vagar de forma expansiva. Por exemplo: um chefe geralmente é uma agulha para sua linha-tropa, já o mestre é apenas o alfinete (ao menos, o mestre tem cabeça). No entanto, ainda precisamos verificar o significado de "apólogo" perante um dicionário. Cint, Do grego: apó (prefixo: longe) + logos. Se apogeu é apó + géa (terra): longe da terra. "Apólogo é como uma história, encerrando ensinamento moral, mas como seus personagens não são pessoas, e, sim, animais, coisas, teríamos que "apólogo" seria algo longe, além ou aquém?, do discurso humano. No nível do significado é uma alegoria."
Agora durante as duas horas de deserto, não sei como foi a luta dos dois, mas eu e a May (já que decidimos fazer nosso próximo deserto em junho pra calhar um ano de pré-vigília) ficamos na net nos segurando de sonambulismo. Apesar das caras de zumbi quando voltamos à sala de discussão e esperar o Jason aparecer pra participar do encerramento e das nossas conclusões, encerramos a madrugada com mais café sem açúcar e sono solto no carro. Até agora não faço idéia de qual ia ser a surpresa que o Re tinha falado, não esperamos até 10h pra descobrir.
Textos utilizados: História do Ramo Pioneiro, "Eu sei mas não devia", "O monge e o discípulo", "Um apólogo", "Estrelas do mar", "À espera" (copyright: Lelê), "Tudo o que eu sempre precisei, eu aprendi no jardim de infância".
Canções utilizadas: Canção do clã, "É preciso saber viver", "Ainda ontem chorei de saudades", "Lei da sobrevivência", "Como uma onda", "A viagem", "Panis et circenses" (e o Rê pensou que ia aprender latim na pré-vigília).
O que será dos próximos 12 meses do clã?

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